Oi gente animada deste universo online!
Tudo certinho?
Como já conversamos aqui sobre a Base Nacional Comum Curricular, suas competências, e como é feita a sua divisão, achei interessante fazer uma postagem que focasse em cada etapa. E como eu gosto de "começar do começo" cá estamos falando de Educação Infantil, que é o nosso assunto do mês!
Será um post longo, ou até mais de um, porque a Educação Infantil traçou um extenso caminho até chegar no que temos hoje e porque eu gosto uma boa conversa!
Embora pouco valorizada em geral, a Educação Infantil tornou-se a queridinha de muitos pedagogos e a preferida de vários estudantes de Pedagogia. Então é um assunto que a maioria adora, por isso, "senta que lá vem a história"...
No início dos anos 80 esta etapa nem sequer era considerada um direito das crianças, e contava apenas como um auxílio para as mães trabalhadoras. O que fazia da creche um direito assistencial materno, e não um direito educacional infantil!
Foi só na Constituição de 1988 que a creche entrou em pauta como um dever do Estado e direito da criança de 0 a 6 anos, ainda assim sem muita especificidade sobre suas práticas pedagógicas, e qual conteúdo oferecer.
Em 1996 a LDB integrou a creche à Educação Básica, separando etapas e faixas etárias, já com a finalidade extinguir o depositário infantil que existia nas escolas. Mas o problema ainda persistia: O que ensinar às crianças menores de 6 anos?
Somente em 1998 que o trabalho pedagógico feito nas creches e pré-escolas recebeu um direcionamento. Foi produzido então um documento, sem caráter de lei, que orientava quanto aos objetivos e conteúdos do ensino infantil, chamado RCNEI - Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil - nos volumes I, II e III.
Eu lembro de estudar os Referenciais na faculdade de Pedagogia, e como foi, naquele momento, um documento marco para a Educação. Porém, sem um projeto de implementação nas escolas e sem formação profissional pronta para trabalhar com essas orientações, os Referenciais acabaram por trazer interpretações errôneas e ampliar a visão escolarizante da Educação Infantil. O que foi realmente uma pena!
Então, em 2009, a Emenda Constitucional n. 59 classificou a Educação Infantil como obrigatória e o Conselho Nacional da Educação (CNE), com a resolução n. 5, definiu finalmente as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). E seu capítulo sobre Educação Infantil passou a ser o documento mandatório no currículo pedagógico escolar desta etapa tão importante.
Foi um longo caminho até 2016, quando a Educação Infantil foi inserida no projeto de construção da BNCC, com a finalidade de especificar cada conteúdo, cada estratégia e objetivo de ensino, criando condições de ensino justas, ampliando experiências e oferecendo educação de qualidade a todas as crianças.
Além das 10 competências da BNCC (que conversamos aqui e aqui) que devem ser base de todos os ensinos em todas as etapas, a Educação Infantil também conta com 4 fundamentos pedagógicos específicos para essa fase do ensino.
Fundamentos que ampliam a experiência infantil e suas possibilidades. São eles:
O cuidar e o educar
Embora o mito do assistencialismo tenha sido afastado da educação é importante lembrar que crianças pequenas requerem cuidados além dos pedagógicos. Nesta fase, cuidar e educar são ações conjuntas, indissociáveis e fazem parte da vivência na escola.
As interações e brincadeiras
Sabe-se que as crianças aprendem também enquanto brincam. O brincar com seus pares e a interação com os diferentes são vivências muito ricas. Portanto compreende-se que a Educação Infantil não se trata apenas de passar conteúdos. Brincar é a principal atividade da criança, seja o brincar direcionado ou o livre brincar.
A experiência pessoal da criança
Não só o brincar e o conhecer pessoas gera experiência pessoal, todas as vivências da escola são capazes de gerar experiências, e os professores colaboram com este engradecimento ao oferecer novos sons, texturas, observação de manifestações artísticas e tudo que possibilite a criança de criar e usufruir.
O papel da avaliação
A avaliação na Educação Infantil não tem a intenção de discriminar ou classificar. O ato de avaliar visa acompanhar o desenvolvimento da crianças e a eficiência da prática pedagógica e estratégias aplicadas.
O propósito da Educação Infantil é, além de tudo, ampliar as experiências e suas possibilidades. Para isso cada professor precisa ter conhecimento não só do conteúdo como sobre os seus alunos estando apto para oferecer desafios, incentivar produções, promover socialização e acompanhar todo o seu desenvolvimento!
Além das 10 competências para a Educação Básica que também são trabalhadas na Educação Infantil e os 4 fundamentos específicos para essa fase, a BNCC possui 6 direitos de aprendizagem para as crianças menores de 6 anos. São eles:
Conviver - Com outras crianças, outros grupos, outras linguagens e culturas, de forma a promover o conhecimento de si e dos outros. Aprendendo assim a respeitar e conviver com as diversidades.
Brincar - Em diferentes momentos, espaços e parceiros. Ampliando e diversificando seu acesso à cultura e potencializando sua imaginação e criatividade.
Participar - Ativamente do seu universo, das brincadeiras, dos grupos, dos planejamentos, das escolhas, posicionando-se e decidindo.
Explorar - movimentos, gestos, sons, formas, texturas, ampliando suas experiências na arte, na ciência, na tecnologia e em tantas outras áreas.
Expressar - Suas opiniões, dúvidas, emoções e sentimentos, por meio de suas diferentes linguagens.
Conhecer-se - Construir sua identidade com uma imagem positiva de si, da sua história, seu pertencimento e sua cultura.
Bom, agora que já sabemos que a Educação Infantil precisa seguir algumas orientações e garantir que o conteúdo oferecido abranja as 10 competências, os 4 fundamentos e os 6 direitos de ensino, como planejar a prática pedagógica?
É o que vamos falar no próximo post, porque esse aqui já tem mais de um quilometro!
Beijos, M.
🔑 Espero que tenha gostado do conteúdo.
Para escrever este texto consultei diversas fontes: Google, Wikipedia, Portal Mec, Portal do Planalto, Movimento pela Base e Biblioteca de apoio à implementação. A chave do sucesso é consultar outras fontes você também!