Oi gente, tudo bem?
Prontos para conversar mais um pouco sobre Tendências Pedagógicas?
Lembrando que já conversamos sobre as TENDÊNCIAS LIBERAIS no post anterior.
- Tendência Liberal Tradicional
- Tendência Liberal Renovada Progressivista (também encontrada como Diretiva ou Progressiva)
- Tendência Liberal Renovada Não Diretiva
- Tendência Liberal Tecnicista
O que aprendemos sobre as tendências pedagógicas liberais?
Elas são tendências ruins?
Não exatamente. Inclusive muitas escolas ainda seguem essas tendências, e muitas teorias importantes foram influenciadas por elas.
São tendências que visavam o mal ao aluno?
Não. As tendências pedagógicas liberais não são os "demônios" da pedagogia.
Elas apenas preparavam o aluno para se adequar à sociedade daquela época. Elas focavam no melhor para a vida social. O que não é o ideal, porém foi a nossa forma de construção da sociedade, e ainda hoje são as principais pedagogias utilizadas em classe. Afinal, o professor ainda apresenta as aulas expositivamente, muitos profissionais ainda se consideram o centro do processo educativo sem considerar os questionamentos dos alunos, e que por vezes ainda são passivos.
Mas enquanto as tendências liberais se preocupavam com adequação do individuo à sociedade, um outro grupo de tendências surgiu e começou a se preocupar com o aluno, e com a sua visão crítica desta sociedade. Ao invés de participar de forma passiva, agora o aluno era um agente transformador da realidade social. Essas ideias vieram diretamente do Marxismo, mas veja bem, estamos falando do contexto social, e não de uma revolta comunista sobre o capitalismo. É importante compreender esta diferença.
Eu não quero ninguém aqui chamando os outros de comunista! Combinado?
Vamos falar sobre as TENDÊNCIAS PROGRESSISTAS, então:
- Tendência Progressista Libertadora
- Tendência Progressista Libertária
- Tendência Progressista Crítico Social dos Conteúdos (também encontrada como Histórico Crítica)
Tendência Progressista Libertadora
É também conhecida como Pedagogia de Paulo Freire ou Feiriana.
Uma tendência que considerava o aluno como o seu próprio agente de transformação e da sociedade.
Ao refletir sobre a sociedade e compreender o seu papel, ele não mais precisaria se adequar ao que estivesse errado, agora ele poderia mudar o contexto social em que está inserido. Por isso Paulo Freire vê a educação não somente como um ato pedagógico, mas também como um ato político.
Entende-se que o aluno precisa conhecer a sua realidade para poder alterá-la, e assim que ele conhece a sua realidade ele se LIBERTA das trevas da ignorância, daí o nome de "pedagogia libertadora".
Outro ponto fundamental nessa teoria é que o aluno não era visto como um ser que nada sabia e que o professor "detentor do conhecimento" transmitiria sua sabedoria a ele. O aluno tem conhecimento prévio, que adquiriu na vida, na família, na sociedade em qual está inserido. E esse conhecimento deve ser levado em conta como ponto de partida do processo pedagógico, da mesma forma que o aprendizado posterior deve ser significativo a sua vida.
O professor trabalha com o aluno de forma horizontal, com diálogo e valorização do aluno e dos seus saberes.
Paulo Freire além ser o desenvolvedor desta tendência pedagógica, também foi responsável pela criação de um método de alfabetização de jovens e adultos que não tiveram oportunidades de estudos na época devida. O nosso tão conhecido EJA. Não é por acaso que ele é também o patrono da educação de no Brasil.
Infelizmente, pessoas que desconhecem a história da pedagogia e todo o legado de Paulo Freire, hoje tentam tirar este título do nosso patrono por motivos ideológicos e politicagem lateral. Mas como comentei acima, seria bastante interessante saber a diferença entre o real discurso de Paulo Freire e os comentários maldosos de quem nunca leu sua obra!
Tendência Progressista Libertária
A pedagogia libertária - não livre, mas uma liberdade absoluta, anárquica - é defendida por pensadores que acreditam que não é necessário ter um professor, uma autoridade para a educação, pois os alunos munidos de seus interesses, seriam os gestores do seu próprio aprendizado. É uma educação de autogestão, onde a própria pessoa escolhe o que vai aprender e de qual forma. Desta forma é valorizado o coletivo e o democrático, por exemplo os grupos de estudo e os grêmios estudantis. Uma tendência muito influenciada pelos estudos de Celéstin Freinet, um pedagogo que estou torcendo para falar sobre ele nos "teóricos do mês", porque apesar de utópica é uma teoria de aprendizagem muito interessante.
Tendência Progressista Crítico Social dos Conteúdos
Também conhecida como Pedagogia Sócio Crítica, ou Histórico Crítica, é uma tendência que foca no conteúdo apresentado aos alunos. Uma vez que o aluno é um agente transformador da sociedade, o conteúdo que ele aprenderá tem que ser um dos meios para esta transformação. Portanto o conteúdo deve ser útil, deve ser uma ferramenta para que o aluno possa interpretar criticamente e alterar esta realidade. Diferentemente das tendências libertadora e libertária, a tendência crítico social não condena a liderança do professor, porque ela compreende os ideais do capitalismo liberal e não flerta acomodadamente com as ideias marxistas de liberdade, o que acaba se alinhando com o momento atual, onde vivemos em uma sociedade financeiramente capitalista, porém com uma preocupação social.
Nos dias de hoje...
Como já comentei, nos dias de hoje é muito comum encontrarmos um misto de tendências pedagógicas influenciando as salas de aula.
Temos escolas tradicionais, tecnicistas, renovadas... E cada uma com sua liberdade de metodologias e técnicas.
Após a LDB 9394/96 (que inclusive estamos estudando em outros posts) a prática pedagógica do país ficou mais voltada para a Tendência Progressista Crítico Social dos Conteúdos revalorizando as ideias interacionistas de Piaget, Vygotsky e Wallon que já tinham sido apresentadas na Escola Nova, compreendendo assim que o conhecimento não está apenas no professor, ou no indivíduo, ou nos conteúdos, mas sim em uma construção ativa onde o aluno é o centro, mas todos são participantes de grande importância.
Espero que tenham gostado desse assunto!
Agora podem ir até o Google procurar algumas provas de concurso para responder, tenho certeza que o assunto TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS BRASILEIRAS dá pra tirar de letra! ;-)
Introdução às tendências pedagógicas brasileiras - Parte I
Introdução às tendências pedagógicas brasileiras - Parte II
Bibliografia
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Campinas; SP.Ed. Papirus, 1990.
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007.
🔑 Espero que tenha gostado do conteúdo.
Para escrever este texto consultei diversas fontes: Google, Wikipedia e Skoob livros em PDF. A chave do sucesso é consultar outras fontes você também!