Oi gente pseudo construtivista desse universo em construção!
Tudo bem por ai?
Hoje vamos começar a falar sobre as fases do estudo de Piaget. Se você não sabe do que eu estou falando volte aqui e aqui.
Jean Piaget, nosso bom velhinho da Pedagogia - que nem pedagogo era - separou seu estudo sobre a origem e construção de conhecimento na infância em quatro fases, que chamou de quatro estágios cognitivos do desenvolvimento infantil, são eles:
- Fase sensório-motora: Nascimento até cerca de 2 anos;
- Fase pré-operacional: De 2 a 7 anos;
- Estágio operacional concreto: 7 a 11 ou 12 anos;
- Estágio operacional formal: 11 e 12 anos ou mais.
Em todas as fases da vida recebemos informações e novos conhecimentos, porém, é na infância que temos o maior desenvolvimento de nossas capacidades. Pense quantas coisas grandiosas aprendemos na infância! Falar, andar, se alimentar, ler, escrever, compreender o funcionamento do mundo em si. São conquistas muito valiosas, que uma vida adulta é praticamente incapaz de superar!
Então o que entendemos com isso? Que o conhecimento é construído de forma contínua por toda a vida, e esses estágios elencados pelo Piaget são apenas o início do processo, e por serem o início são bastante significativos!
Um recém nascido chega a um mundo cheio de novidades sem nenhuma ideia armazenada sobre ele, e sem a capacidade de se comportar intencionalmente. Apenas com seus reflexos ele começa a construir a sua adaptação a este mundo. Isso não é incrível?
Mas esses recém nascidos seguem respondendo aos estímulos externos, começando com reflexos simples como sugar e pegar, e a cada momento suas atitudes se tornam propositais e mais complexas.
Esse primeiro estágio chama-se Sensório - Motor exatamente porque as crianças são assim: sensoriais (reagem por reflexos aos estímulos externos) e motoras (referente aos movimentos). Com o tempo o bebê segue aprendendo através da assimilação e acomodação de novos conhecimentos.
Por exemplo, a criança nasce com o esquema de sucção (esquema para Piaget é uma capacidade, um comportamento com uma estrutura já existente neurologicamente), isso quer dizer que ele nasce com a capacidade de sugar, porém ele não que sabe sai leite do seio da mãe ou o bico da mamadeira.
Quando a boca entra em contato com o bico, e o seu reflexo de sugar faz com que a produção de leite comece, ele (o bebê) é o sujeito agindo sobre o objeto (o seio), num processo de assimilação.
- Olha, descobri que desse bico sai leite quando eu sugo. (Agi sobre o objeto e assimilei uma informação)
Porém, o mesmo reflexo de sugar não vai tirar o leite do dedo ou da chupeta.
Não é sempre que sugar fornecerá leite!
E para ter esse conhecimento o bebê precisará de mais informações. Nesse caso ele assimilou mas ainda não aprendeu, não completou o ciclo da equilibração.
O bebê poderá reagir e assimilar aquele conhecimento várias vezes antes que ele acomode a informação que "o leite sai apenas da mamadeira ou do seio, não sai do dedo e da chupeta".
Quando o bebê assimila que o sugar do seio ou da mamadeira dá leite, acomoda o conhecimento de que outros atos de sugar não fornecerão leite, e utiliza essa informação compreendendo que quando ele quiser leite ele sugará a mamadeira e o bico, e não a chupeta, ele está adaptado ao conhecimento, completando o ciclo da equilibração. O bebê aprendeu!
INFORMAÇÃO NOVA = DESEQUILÍBRIO + ASSIMILAÇÃO + ACOMODAÇÃO = (ADAPTAÇÃO /EQUILÍBRIO/ APRENDIZAGEM)
O bebê reage ao mundo de acordo com as sensações que ele lhe causa. O mundo da criança menor de dois anos não é feito de representações, tudo é feito com base concreta. Quando um objeto não está visível ele não está existindo, porque bebês não conhecem o conceito de permanência e o conceito de objeto.
Sabe quando a gente coloca a fralda esticada na frente do nosso rosto e diz: Cadê? Achou!
Pois é, o "cadê?" realmente é verídico. Naquele momento você passou a não existir, porque não era mais visível. No entanto, por volta de um ano de idade, mesmo que o bebê não o veja atrás da fralda, ele adquiriu uma lembrança de você, e passa a procurá-lo. O bebê também começa a adquirir as primeiras emoções nesta etapa, então o choro começa a ser uma comunicação de sentimento, não mais apenas reflexo.
E essa é uma das três maiores conquistas do período sensório-motor, a consciência de que as coisas continuam a existir mesmo quando não são vistas.
A primeira grande conquista é a comunicação, seja em linguagem rudimentar ou por símbolos. É a comunicação que possibilita uma interpretação cognitiva do mundo.
Outra conquista desse período é a capacidade de coordenar atividades separadas. É comum a gente imaginar que a capacidade de falar uma frase enquanto pega um objeto é natural, mas na verdade essa complexidade foi aprendida enquanto éramos bebês. Então quando o bebê da creche pega um brinquedo na mão, acredite, ele passou por um longo aprendizado até conseguir fazer isso!
Ver um brinquedo, desejar o brinquedo, e coordenar a sua mão para pegá-lo é um passo imenso da aprendizagem deste estágio, e fundamental para que ele passe ao próximo.
Ao final do estágio sensório-motor o bebê já é capaz de uma comunicação rudimentar, de compreender o conceito de existência, e coordenar atividades, estando assim preparado para a próxima fase.
E nós também já vamos para a próxima fase do texto...
Beijos, M.
SEMANA JEAN PIAGET
🔑 Espero que tenha gostado do conteúdo.
Para escrever este texto consultei diversas fontes: Google e Wikipedia. A chave do sucesso é consultar outras fontes você também!
Bibliografia
LEFRANÇOIS, Guy. R. Teorias da aprendizagem. São Paulo: Cengage Learning, 2008