Um "Dia do leitor" com 8 dicas de literatura infantil!


Boa noite, gente letrada neste mundo cheio de dicas que é a internet!

Hoje, dia 7 de janeiro, é o Dia do Leitor! Um dia que para mim é muito especial, pois, apesar de ser leitora assídua desde a adolescência, essa conquista na infância foi trabalhosa!
Não sei se já contei por aqui, mas eu fui alfabetizada aos 4 anos, em uma escola particular muito famosa do município de São Vicente. Mas, quando eu digo "alfabetizada", significa que aprendi somente a decodificar o som das sílabas, porque na época o método de alfabetização era silábico, baseado em cartilhas. 
Como a escola era famosa por sua qualidade de ensino, logo se apressavam a "alfabetizar" todos os alunos! Porém, a pequena Mônica aqui tinha um segredo escondido... Eu sabia ler, mas não sabia ler!

Como assim?
Minha leitura era uma "leitura mecânica", onde aprendi a decodificar corretamente o som de cada sílaba, mas ao ler MA-CA-CO não era a imagem de um macaco que aparecia na minha mente, eram apenas as letras. Eu aprendi a transformar letras em sons, mas não em coisas, conceitos e ideias! Era uma leitura sem significado algum.

Eu passei a pré-escola e todo o primeiro ano tirando nota 10 na minha cartilha!
Eu sabia copiar muito bem, e também sabia cada sílaba questionada pela professora, mas eu nunca tinha pego um livro na mão! Meu livro de leitura era a minha querida cartilha Caminho Suave, com os textos da "Babá e o bebê".

No segundo ano, uma professora chamada Sueli ficou com a classe por um curto período de tempo, e ela tinha a prática de trazer uma caixa cheia de livros para apreciarmos. Cada aluno escolhia um para ler, e podíamos também trocar os livros com os amigos.
Então contei para a professora que eu não sabia como se lia um livro!

Ela foi muito carinhosa e me incentivou a tentar, me acompanhando na leitura de um livro que eu tinha escolhido aleatoriamente. A cada palavra que eu lia de forma silabada e em voz alta ela me perguntava o que era aquilo que eu tinha lido, repetindo a palavra novamente comigo! 
Quando vi que a leitura magicamente (pensava eu) estava surgindo pra mim, fiquei muito feliz. E todos os dias eu escolhia o mesmo livro da caixa, pois aquele eu já sabia ler!
Eu decorei toda a história do "A menina que queria ser bruxa", e a minha professora então me estimulou a ler outras histórias. 
Vocês não imaginam a minha surpresa ao perceber que eu sabia ler outras histórias também!
Essa memória é muito forte nas minhas recordações de infância.
Hoje eu tenho guardada no coração a professora Sueli, e a história da Aline que queria ser bruxa, mas virou uma fada no final! (Sim, spoiler)

Desde então meu objeto preferido na vida é o livro, livros técnicos, de literatura, de todos os assuntos que me interessam, portanto no meu planejamento escolar sempre prezo pela leitura em sala, independente da faixa etária, mesmo que seja na Educação Infantil!





Literatura na Educação Infantil?
Mas, por que oferecer livros para a criança se ela ainda não sabe ler? 
Bom, a mais enfática e exata resposta é: Porque a criança aprende a ler... Lendo! 

Mesmo que os pequenos não estejam alfabetizados, "ler" um livro vai além de decodificar letras e seus sons. As imagens apresentadas trazem informações que podem ser trabalhadas com as crianças como hipóteses sobre o assunto do livro. 
As crianças colocam em prática hábitos importantes, que são observados durante a infância... Como por exemplo que se lê da esquerda para a direita, linha por linha. 
Aprende-se qual a forma correta de virar a página, qual a direção e em qual momento fazer esse movimento, além do cuidado com o manuseio do livro! 
Tudo isso faz parte do processo de leitura, e aprende-se antes mesmo de saber ler! Por observação e prática. 

Quando os pais ofertam livros em casa também demonstra para as crianças a importância da leitura em família, os pais são bons exemplos leitores, além de mostrar que o livro pode ser um objeto de fácil acesso no cotidiano! Para crianças que já estão em processo de alfabetização, mas ainda não possuem fluência, ou estão na fase das sílabas simples, posso indicar duas ótimas coleções para que os pequenos arrisquem suas leituras autônomas: 

📚 Coleção Mico Maneco de Ana Maria Machado 
📚 Coleção Sônia Junqueira 

São livros com histórias que fazem sentido, porém todas escritas com sílabas simples, fáceis de ler, que vão estimular à leitura, contornar as inseguranças e trabalhar a autoestima dos pequenos. 
Acreditem: É uma delícia para eles poder dizer "EU JÁ SEI LER"! 

Aproveitando também que estou de recesso, e recesso é hora de colocar em prática aquelas tarefas que não conseguiram ser cumpridas durante o ano letivo, como por exemplo arrumar as prateleiras de livros...

Ué, mas você não vai descansar? 
Quem pergunta isso não é professora! Rs 
(Sim, a gente descansa também!)

Deixarei aqui dicas de 8 livros que uso sempre em sala, pois gosto de usar literatura infantil como apoio para as rodas de conversa, para as sequências didáticas e também para uma leitura deleite... 
Muitas vezes a história é tão gostosa que nem precisa de uma atividade complementar, e isso aprendi esse ano, com as aulas na Educação Infantil.
(Minha coordenadora falou sobre isso durante o ano todo, e vou levar esse aprendizado para a vida!)

Depois dividirei este post imenso lá no Instagram, mas abaixo já deixarei os meus escolhidos... Existem outros mais, pois a Literatura Infantil que temos em nosso país é diversificada e rica, mas esses eu consegui trabalhar do Infantil ao 3° ano, algumas vezes com uma intenção didática, e outras apenas para fruição e deleite, e todos foram sucesso absoluto! 

📚 O carteiro chegou (Janet e Allan Albergh) 
Imaginem só um carteiro que entrega correspondências nas casas de personagens dos contos famosos da nossa infância! O que será que tem nessas cartas? Até na casa da bruxa do "João e Maria" ele foi! 
O livro tem várias cartinhas anexas que fazem parte da história. É mais que uma leitura, é praticamente uma brincadeira! E na sala de aula dá pra trabalhar não só a temática dos contos como também os gêneros textuais. Amo este livro!

📚 A caixa maluca (Flávia Muniz) 
Vários animais encontram uma caixa na floresta, e sem abrir a caixa vão tentando descobrir o que tem dentro! Surgem as mais diversas hipóteses que são aprovadas ou não pelos colegas. No final dentro da caixa tinha... Bom, não vou contar! Terão que ler o livro!
Ótimo para trabalhar curiosidade e hipóteses. E a professora pode até levar uma caixa surpresa para trabalhar na sala! Eu já coloquei de tudo na minha caixa surpresa, de lápis de cor à pipoca! #ficadica

📚 Camilão, o comilão (Ana Maria Machado) 
Um livro absolutamente delicioso para se trabalhar a amizade, o ato de se compartilhar o que tem, a empatia e a vivência em grupo. Ah, e pode virar uma aula de matemática incrível! Experimente!

📚 Gildo (Silvana Rando)
Existem vários livros que trabalham o MEDO das crianças. Pois a escola como ambiente novo pode gerar muita insegurança nos pequenos. E qual forma mais fofa de auxílio que essa história de um elefantinho que quer ir numa festa de aniversário mas tem medo de bexigas!? 

📚 O domador de monstros (Ana Maria Machado) 
Mais um livro incrível da Ana Maria Machado, que além de trabalhar o medo de dormir sozinho também dá uma aula de matemática fabulosa para os pequenos! Qual a melhor maneira de combater um monstro no armário? Convidar dois monstros para te ajudar! Claro!

📚 O gigante mais elegante da cidade (Julia Donaldson e Axel Scheffler) 
Eu poderia fazer um post inteiro só com os livros da Julia Donaldson! Amo suas obras, sempre carregadas de gentileza e aprendizado. O que acontece com um gigante que se veste todo arrumadinho e sai passeando pela cidade com sua roupa nova, mas encontra pelo caminho vários amigos que precisam de ajuda? Será que ele vai chegar até o fim com a roupa arrumadinha? Só leiam! Rs

📚 A ovelha rosa da Dona Rosa (Donaldo Buchweitz e Lie Nobusa) 
Um livro lindo que trabalha o preconceito de uma forma lúdica incrível! Ideal para trabalhar com o pequenos em sala  conversar sobre as nossas diferenças. 

📚 Viviana, a rainha do pijama (Steve Webb) 
Outro livro que é uma verdadeira brincadeira! Viviana resolve fazer uma festa do pijama, e uma competição do pijama mais legal! Os convidados? Animais de todas as partes do mundo, com os pijamas mais inusitados! Em sala além de fazermos a nossa própria votação e trabalhar matemática, também podemos trabalhar o gênero textual "convite". É um livro lindo, gostoso de ler e que se desdobra em sequências didáticas maravilhosas! 

 📚 Felpo Filva (Eva Furnari) 
Eu sei que falei só oito dicas, mas esse livro é muito maravilhoso para ficar de fora! Rs 
O Felpo é um coelho escritor famoso, que começa a receber cartas de uma fã! Imaginem o desenrolar dessa história! 
Porém, diferentemente das outras dicas, essa obra da Eva Furnari é mais longa, então torna-se ideal ler um pouco por dia, já que cria expectativas nos pequenos, e assim a leitura vai fazendo parte da vida de uma forma prazerosa! 😍 

A Literatura Infantil em nosso país é vasta e rica! Não só porque temos acesso às obras internacionais, como algumas que indiquei acima, mas também porque temos muitos escritores maravilhosos e premiados no Brasil. Um país que tem Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Ziraldo, Blandina Franco, Monteiro Lobato e Maurício de Souza, é dono de verdadeiros tesouros literários!
Lembrando, novamente, que os livros não precisam fazer parte apenas da vida da professora!
Os pais podem, e devem, ler para os seus pequenos! A leitura em casa cria bons hábitos, estimula a prática, desenvolve a criatividade e imaginação e cria laços entre pais e filhos. Que tal ler um livro bem legal para os seus pequenos nas férias? Com certeza será um tempo de qualidade entre pais e filhos!    
Ler para os filhos é um ato de amor!

Ah é... E o Dia do Leitor?
Então, no dia 07 de janeiro é o Dia do Leitor, e a data que homenageia os apaixonados pela literatura surgiu para homenagear o jornal cearense “O Povo”, fundado em 7 de janeiro de 1928 pelo poeta e jornalista brasileiro Demócrito Rocha. Ele era um intelectual e político, além de jornalista. Em 1929, criou o suplemento literário Maracajá, considerado o principal divulgador do movimento modernista literário cearense. Se por um lado, o jornal “O Povo” combatia os “desregramentos políticos da época”, sendo voltado para divulgação de fatos políticos, por outro, o Maracajá abrigava a produção dos poetas e intelectuais cearenses, como Rachel de Queiroz e Antônio Filgueiras Lima. Demócrito Rocha foi membro da Academia Cearense de Letras e morreu em Fortaleza no dia 29 de novembro de 1943. 
O texto informativo é da Brics Group.

Bora ler?
Beijos,
M.


 

🔑 Espero que tenha gostado do conteúdo.
Para escrever este texto consultei diversas fontes: Google, Wikipedia, Amazon, e Brics Group Certificações, além das obras citadas no texto. A chave do sucesso é consultar outras fontes você também!